segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Gentileza, Por favor

Um das minhas viajens na maionese preferidas é sentar na cama com janelas fechadas, quarto meio escuro e um copo de algum líquido na mão, não interessa o que. Bebo, penso e penso…

Eu estava conjecturando comigo mesma sobre o item boas maneiras, e o quanto nós brasileiros somos desprovidos delas e da boa educação, há exceções, lógico. Não estou falando de etiquetas, de gente fresca, ou de um guardanapo apoiado nas pernas na hora do jantar e nem dos braços sobre a mesa.


Sempre recebo amigos do Brasil aqui na minha casa - moro na Inglaterra, e me impressiona o quanto esses visitantes ficam maravilhados  pelos bons modos dos ingleses.

A oração diária desses cidadãos é ser educado, respeitar o direito de cada indivíduo, o espaço e a privacidade alheios. O que nós latinos do sangue quente chamamos de “frieza”, os ingleses  os denominam de educação, não ser invasivo. 

Se vocês tiverem oportunidade em ver filmes no youtube da Rainha Elizabeth, pelos lábios dela podemos ler um “thanks” aos seus serviçais. O que Glória Kalil condena veementemente, pois “gente fina não pode agradecer ao motorista, garçon, faxineiro. São pagos para nos servir”. Ah, ta? Senta lá Claudia.

Somos tão mal-educados que ao defrontarmos com uma situação de normalidade - a de obrigatoriamente sermos educados,  ficamos estarrecidos por achar “anormal”, “educado demais”, “fino demais”.  Entendeu o ponto? Ser mal educado em algumas culturas é tão corriqueiro, arraigado na sociedade, que encanta-nos ver pessoas educadas, gente que diz por favor, com licença, obrigado. Não estou vangloriando a Inglaterra e nem desfazendo outros países, quero apenas citar um ponto que julgo importante, o de ser educado.  

Agora já posso desfrutar de um emprego melhor, mas no início  fui faxineira num prédio de executivos por oito meses. Eu ficava maravilhada quando  aqueles homens mais do que poderosos passavam por mim e diziam “obrigado por cuidar do nosso prédio, por mantê-lo limpo e cheiroso”.  Quando que no Brasil um executivo falara isso para uma faxineira? A situação não era um fato isolado, eram expressões que eu ouvia no dia-a-dia. Até feliz Natal e boa Páscoa já recebi. Observem como é um País com pessoas de maneiras educadas? Isso é chamado de educação de base e não está associada ao fato de ser rico ou pobre, ou  a de pertencer às classes do alfabeto – A,B,C,D,E,F. Não interessa de qual letrinha a sua família ou você façam parte, a educação deve estar presente em todas elas pois é um bem necessário à sociedade, à evolução de uma nação.

Já fui super lapidada por aqui com as condutas de boas maneiras. Eu ainda soltava um por favor exporadicamente, mas agora não, “uma água, por favor, obrigada”. Não posso mais abrir mão disso. É importante, é fino, é principalmente educado. É justo com quem dispõe de um segundo da vida deles para nos servir ou ajudar de alguma maneira.  Um dia de luz a todos regado de uma boa Educação!

Sonia Pugas é jornalista e se nada der certo, viro hippy no final!
soniapugas@hotmail.com


4 comentários:

  1. Muito legal o seu texto. No Canada tbem aprendi um bocado sobre boa educacao. Nao desciamos men do omnibus sem dizer bom dia e obrigado ao motorista. Aqui a primeira vez q peguei o eixao depose de voltar teve gente achando engracado eu dizer obrigado ao desire do onibus. Rs

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  2. Com certeza vc está SUPER LAPIDADA!! Ainda mais com esse maridão maaaaaaais do que educado. Êta inglesaiada fina!! rsrsrsrs!! Seus textos mostram o que realmente vc está sentindo. Seus pensamentos sâo totalmente incorporados em suas palavras. Quase posso tocar e viver esse momento em que vc no quarto escuro bebe e pensa, pensa...
    Parabéns!
    Beijo carinhoso!

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  3. Amiga, ja te disse que voce eh demais?
    Te adooooro!!!
    Muitas saudades.

    Bjo no Martin

    KC

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  4. Estou tendo uma experiência nova em Palmas, atravessar a faixa para chegar à padaria. Agora mudei de tática, estou atravessando fora da faixa, mas seguro, visto que raramente um condutor para em favor do pedestre. Acho que em período de eleição, valeria em uma plataforma de campanha algo sobre educação no trânsito. Pena que o crescimento do Brasil ainda não permite a todos viverem uma experiência em países onde a Educação no trânsito é algo sagrado. Sonia Parabéns pelo que produziu, isso sim, vale a pena.

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