Em o Escafandro e a Borboleta, o diretor Julian Schnabel empresta a sua sensibilidade ao penetrar no intrigante, obscuro/curioso mundo do AVC. É por meio de uma câmera “colocada” no olho esquerdo de Jean-Dominique – personagem principal, que o telescpecator literalmente acompanha a evolução dele sob este ângulo. Uma cirúrgia no olho direito é precisa e igualmente impactante, pois não há como deixarmos de ser Dominique por alguns minutos. A partir dessa cena, o raio de alcance de visão do personagem é apenas até onde o olho alcança.
Foi desta forma que
Dominique acordou para o mundo: em memórias e pensamentos, numa cama de um
hospital naval, cercado por médicos e enfermeiras, estes dispostos a investir seus conhecimentos e técnicas e até
realizar experimentos provenientes da desgraça do jornalista.
A primeira piscadela de Jean-Dominique já é um convite ao telespectador a questioanar-se:"o que eu faria numa situação dessas? Mas como fazê-lo pois não posso falar e nem ser ouvido?"
Schnabel foi sensato em apostar na voz em off do personagem principal e da forma como o filme nos foi apresentado. É pela perspectiva de como Dominique observa o mundo à sua volta, que o telespectador imediatamente coloca-se no lugar dele. Preso no escafandro mas consciente do mundo exterior, Dominique sabe que, o que o mantêm vivo são as memórias e a imaginação.
É no esforço médico da
fonaudióloga Henriete que o personagem deposita a solução para o problema. A profissional é dedicada
e sente-se envaidecida em desenvolver o
método da “fala pelos olhos” e “reinventando” o
alfabeto frânces. Uma piscada de olhos para “sim”, duas para “não”. Já na primeira oportunidade, ele usa da racionalidade e faz um pedido. Esta talvez seja uma das cenas mais fortes do filme.
Jean-Dominique surpreende-se com a reação de Henriete, e entende que existem duas opções a seu favor: entregar-se ou ir à luta. E é a partir dessa vontade de dar asas à borboleta que o filme alcança o seu clímax. Passada a fase de “aceitação”, ele nos dá um puxão de orelha ao decidir escrever um livro de memórias que intitula o nome do filme.
A primeira piscadela de Jean-Dominique já é um convite ao telespectador a questioanar-se:"o que eu faria numa situação dessas? Mas como fazê-lo pois não posso falar e nem ser ouvido?"
Schnabel foi sensato em apostar na voz em off do personagem principal e da forma como o filme nos foi apresentado. É pela perspectiva de como Dominique observa o mundo à sua volta, que o telespectador imediatamente coloca-se no lugar dele. Preso no escafandro mas consciente do mundo exterior, Dominique sabe que, o que o mantêm vivo são as memórias e a imaginação.

Jean-Dominique surpreende-se com a reação de Henriete, e entende que existem duas opções a seu favor: entregar-se ou ir à luta. E é a partir dessa vontade de dar asas à borboleta que o filme alcança o seu clímax. Passada a fase de “aceitação”, ele nos dá um puxão de orelha ao decidir escrever um livro de memórias que intitula o nome do filme.


A fotografia do Escafandro e a Borboleta soma-se à magia do roteiro. O polonês Janusz Kaminski não economizou imaginação apresentando cenários maravilhosos com recursos de câmera vista pelo olho esquerdo de Jean. Às vezes paisagens embaçadas, outras vezes borradas, turvas, mas igualmente belas. É na praia onde a borboleta sai do casulo e sente-se mais inspirada para narrar passagens do livro. É nela onde Dominique lembra-se de coisas simples da vida que foram esquecidas nos tempos agitados de editor, como aproveitar o Dia dos Pais com os seus filhos, e lembrar-se da convivência com o próprio pai.
O Escafandro e a Borboleta não é apenas um filme. É uma lição de vida, de superação, amor, de doação, de paciência, de entender, de
aceitar e respeitar. O filme faz o seu papel primário que é o de transformar de
forma positiva quem o assiste. Superação é o
que resume a mensagem principal narrada de forma esplêndida pelos olhos de Jean-Dominique
Bauby.
Ficha Técnica
Ator
Principal : Mathieu Amalric
Diretor: Julian Schanabel
Fotografia: Janusz Kaminski
Fotos: Google Imagem
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