terça-feira, 12 de março de 2013

Pesquisadora Ann Gray aponta a necessidade de estudar o papel da mulher nos meios de comunicação


Foto: google imagem/ meramente ilustrativa
O espaço da mulher nos meios de comunicação, principalmente o televisivo, é ainda uma icógnita para   pesquisadores que estudam o assunto. A forma como o grupo feminino é retratado pelos mass midia tem ganhado visibilidade apenas nas últimas quatro décadas, onde uma corrente de pesquisadores de várias partes do mundo dedicam-se ao tema. A informação é da professora da Universidade de Lincoln, Inglaterra, Ann Gray.  Com o tema - em tradução livre, “Atrás das portas fechadas – explorando as dinâmicas dos gêneros no uso da mídia”, a estudiosa trouxe aos estudantes da UBI - Universidade da Beira, dados – ainda não divulgados,  de quase duas décadas da participação da mulher na imprensa inglesa
Para a  pesquisadora, os útlimos 40 anos, no que concerne à atuação das inglesas na televisão britânica resumem-se em contradições, uma vez que pesquisas nessa área sempre foram ignoradas ou não tinham interesse por parte da sociedade ou até de grupos que discutem esse assunto. “Todos nós precisamos levantar a bandeira dessa causa. O campo de pesquisa sobre o tema precisa aumentar em todo o mundo,  mas isso só é possível mediante o empenho conjunto das universidades e estudantes de comunicação social”, alerta.
Uma das novidades citadas por Ann Gray, diz respeito a um documentário apresentado no Reino Unido, em 2004 pela BBC, onde a pesquisadora Janet Thumin, da Universitdade de Warwick, apresenta um perfil do papel das britânicas na televisão, entre os anos de 1947 a 1989. “Inventando a Cultura televisiva”, o documentário mostra ao púbico o formato dos programas nesse período de 42 anos, bem como os avanços dos mesmos e de como eles retratavam as  mulher tanto do ponto de vista de participação nos programas, ou como mera telespectadoras.
 Esse documentário, assim como as linhas de investigação diversas têm apontado a um  cenário “animador”, embora tímido e embrionário. “Os estudos nos dão uma ideia das possibilidades futuras, pois nos estimula a questões por categorias de grupos, nos encorajam a buscar o significado de como a mulher era retratada naquela época e nos tempos atuais”, aponta Gray.
Essas linhas de pesquisa na opinião de Ann Gray devem obedecer a conhecimentos úteis  e acadêmicos, categorizando por  métodos e flexibilidade, questões teóricas e por categorias. “Precisamos identificar a raiz do probema, entender o que a mídia representa para as mulheres no seu dia a dia e defendê-las de um uso errado de uma possível manipulação midiática”. Frisa.
Ann Gray, entende que o assunto é  complexo e depende do interesse coletivo de pesquisadores. Para atacar o problema faz-se necessário primeiramente obter-se respostas por meio de um questionário intelectual, passando por grupos de mídia, formação da ala feminista, espaço doméstico, invenção de novos métodos, entre outros. A televisão merece um estudo especial e particular no que tange ao de gênero mulher, segundo a pesquisadora.
Para ela, a comunicacação de massa baseia-se na ideologia de empresas privadas e estatais,  situação que dificulta a separação dos estudos do “espaço mulher” na televisão dos da cultura popular de massa.   
Para Ann Gray,  esses estudos são de grande valia e contribuição aos futuros profissionais da área midiática, e um legado a quem estudará esses assuntos. “Entender o limite do espaço feminino nos meios de comunicação é uma batalha que todos nós devemos lutar, e requer dedicação e pesquisa. Precisamos reiventar os métodos, conhecer a história das mulheres, como elas foram contadas e de que forma. A partir dos resultados dessas pesquisas, aí sim reiventaremos as formas  e contribuiremos para o que chamaremos de ‘o que é uma história de vida´ “, idealiza.  
A palestra da estudiosa, é parte do  círculo de conferências do projeto, memória e recepção midiática, realizado pelo coordenador de projetos do Labcom, professor/doutor, José Ricardo Cavalheiro.
Além de Ann Gray, os organizadores trouxeram outros conferencistas como Jérôme Bourdon -  Telaviv University,  Carolyn Birdsall - Amsterdam University, Cristina Ponte  - Universidade Nova de Lisboa, Irena Reifová - Charles University Prague, Cláudia Álvares - Universidade Lusófona de Lisboa, Catarina Valdigem - Goldsmith College  e Verónica da Policarpo Universidade.
O encontro aconteceu nos dias 28 de Fevereio e 1 de março, na FAL – Faculdade de Artes e Letras. 

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