Foto: google imagem/ meramente ilustrativa
O espaço da mulher nos meios de comunicação, principalmente o televisivo,
é ainda uma icógnita para pesquisadores que estudam o assunto. A forma como o
grupo feminino é retratado pelos mass
midia tem ganhado visibilidade apenas nas últimas quatro décadas, onde uma
corrente de pesquisadores de várias partes do mundo dedicam-se ao tema. A
informação é da professora da Universidade de Lincoln, Inglaterra, Ann
Gray. Com o tema - em tradução livre,
“Atrás das portas fechadas – explorando as dinâmicas dos gêneros no uso da
mídia”, a estudiosa trouxe aos estudantes da UBI - Universidade da Beira, dados
– ainda não divulgados, de quase duas décadas
da participação da mulher na imprensa inglesa
Para a pesquisadora, os útlimos
40 anos, no que concerne à atuação das inglesas na televisão britânica resumem-se
em contradições, uma vez que pesquisas nessa área sempre foram ignoradas ou não
tinham interesse por parte da sociedade ou até de grupos que discutem esse
assunto. “Todos nós precisamos levantar a bandeira dessa causa. O campo de
pesquisa sobre o tema precisa aumentar em todo o mundo, mas isso só é possível mediante o empenho
conjunto das universidades e estudantes de comunicação social”, alerta.
Uma das novidades citadas por Ann Gray, diz respeito a um documentário
apresentado no Reino Unido, em 2004 pela BBC, onde a pesquisadora Janet Thumin,
da Universitdade de Warwick, apresenta um perfil do papel das britânicas na
televisão, entre os anos de 1947 a 1989. “Inventando a Cultura televisiva”, o
documentário mostra ao púbico o formato dos programas nesse período de 42 anos,
bem como os avanços dos mesmos e de como eles retratavam as mulher tanto do ponto de vista de participação
nos programas, ou como mera telespectadoras.
Esse documentário, assim como as
linhas de investigação diversas têm apontado a um cenário “animador”, embora tímido e
embrionário. “Os estudos nos dão uma ideia das possibilidades futuras, pois nos
estimula a questões por categorias de grupos, nos encorajam a buscar o
significado de como a mulher era retratada naquela época e nos tempos atuais”,
aponta Gray.
Essas linhas de pesquisa na opinião de Ann Gray devem obedecer a conhecimentos
úteis e acadêmicos, categorizando por métodos e flexibilidade, questões teóricas e
por categorias. “Precisamos identificar a raiz do probema, entender o que a
mídia representa para as mulheres no seu dia a dia e defendê-las de um uso
errado de uma possível manipulação midiática”. Frisa.
Ann Gray, entende que o assunto é
complexo e depende do interesse coletivo de pesquisadores. Para atacar o
problema faz-se necessário primeiramente obter-se respostas por meio de um questionário
intelectual, passando por grupos de mídia, formação da ala feminista, espaço
doméstico, invenção de novos métodos, entre outros. A televisão merece um
estudo especial e particular no que tange ao de gênero mulher, segundo a
pesquisadora.
Para ela, a comunicacação de massa baseia-se na ideologia de empresas
privadas e estatais, situação que
dificulta a separação dos estudos do “espaço mulher” na televisão dos da
cultura popular de massa.
Para Ann Gray, esses estudos são de
grande valia e contribuição aos futuros profissionais da área midiática, e um
legado a quem estudará esses assuntos. “Entender o limite do espaço feminino
nos meios de comunicação é uma batalha que todos nós devemos lutar, e requer
dedicação e pesquisa. Precisamos reiventar os métodos, conhecer a história das
mulheres, como elas foram contadas e de que forma. A partir dos resultados
dessas pesquisas, aí sim reiventaremos as formas e contribuiremos para o que chamaremos de ‘o
que é uma história de vida´ “, idealiza.
A palestra da estudiosa, é parte do
círculo de conferências do projeto, memória e recepção midiática,
realizado pelo coordenador de projetos do Labcom, professor/doutor, José
Ricardo Cavalheiro.
Além de Ann Gray, os organizadores trouxeram outros conferencistas como Jérôme Bourdon - Telaviv University, Carolyn Birdsall - Amsterdam University,
Cristina Ponte - Universidade Nova de
Lisboa, Irena Reifová - Charles University Prague, Cláudia Álvares -
Universidade Lusófona de Lisboa, Catarina Valdigem - Goldsmith College e Verónica da Policarpo Universidade.
O encontro aconteceu nos dias 28 de Fevereio e 1 de março, na FAL –
Faculdade de Artes e Letras.
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